O Grupo EFA B3 de Geriatria de Carregal do Sal, em contexto de Actividade Integradora a trabalhar o Tema de Vida “Alimentação Saudável”, efectuou um inquérito à população para avaliar o seu estado nutricional. Os resultados obtidos encontram-se descritos a seguir.
1. Caracterização da Amostra
A população inquirida possuía idades compreendidas entre os 18 e 88 anos, tendo sido questionadas 79 pessoas, 66% das quais do sexo feminino e 34% do sexo masculino. Do total dos indivíduos participantes neste estudo, 18% possuíam idades compreendidas entre os 18 e os 28 anos, 23% entre os 29 aos 38 anos, 29% entre 39 e os 48 anos, 15% entre os 49 e os 58 anos, 10% entre os 59 aos 68 anos, 4% entre os 69 e os 78 anos e 1% entre os 79 e os 88 anos.
Relativamente ao seu estado civil, 22% dos inquiridos eram solteiros, 68% eram casados, 6% divorciados e 4% viúvos.
2. Resultados
Para a questão “O que é para si uma alimentação saudável?”, 95% dos inquiridos respondeu “Comer pouco e várias vezes ao dia”, sendo que apenas 5% das pessoas responderam “Comer pouco e poucas vezes”.
Na segunda questão, “Qual a refeição mais importante do dia?”, 76% dos inquiridos respondeu o Pequeno-Almoço”, 20% respondeu o Almoço, 3% consideram ser o jantar e 1% não sabe ou não responde.
Quando questionados sobre “Quantas refeições faz por dia?”, 39% das pessoas questionadas responderam 3 vezes, 35% responderam 4 vezes e 26% confirmaram fazer 6 refeições diárias. Destas pessoas, 32% fazem o “Pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar”, 24% fazem “Pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia”, 33% fazem “Pequeno-almoço, almoço e jantar”, 4% fazem “Pequeno-almoço, almoço e lanche”, 2% fazem “Pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar” e 5% não sabem ou não respondem.
Relativamente à variedade dos alimentos ingeridos, no que se refere à inclusão da sopa nas refeições, 61% dos inquiridos come sopa às refeições e 39% admite não incluir a sopa nas suas refeições diárias. Quanto à preferência pelo consumo de carnes vermelhas ou brancas, 52% dos inquiridos consome mais carnes vermelhas do que brancas e 48% consomem carnes vermelhas em menos quantidade que as brancas.
Comparando o consumo de carne ou peixe por pare desta população, 64% fazer uma alimentação mais rica em carne do que em peixe, enquanto que 33% nos inquiridos admitiu contrário, sendo que 3% não sabe ou não responde.
No que diz respeito ao método de confecção dos alimentos, 14% dos inquiridos tem por hábito comer mais fritos do que cozidos ou grelhados, contudo, uma maioria de 85% das pessoas adopta o método contrário, mais saudável, para a confecção dos seus alimentos. Existe ainda uma percentagem de 1% que não sabe ou não responde. Mais se auferiu que, 13% recorrem frequentemente a “comida plástica”, sendo que 87% não adopta este tipo de alimentação no seu dia-a-dia, ou adopta com menos frequência.
Relativamente ao consumo de frutas e legumes ou vegetais, 87% da população inquirida inclui diariamente este tipo de alimentos nas suas refeições, sendo que apenas 13% não desfruta deste hábito saudável. De referir ainda, que apenas 11% das pessoas admitiu comer muitos doces por dia, restando-nos uma maioria de 89% que não considera exagerar no consumo diário de doces.
No que se refere ao consumo de água, 99% das pessoas questionadas considera a água essencial para a saúde, tendo apenas 1% dos inquiridos, uma opinião contrária. Contudo, no que se refere à quantidade diária de água ingerida, 53% dos inquiridos bebe menos de 1L de água por dia, 28% bebem cerca de 1,5L e 19% bebem entre 1,5L e 3L diários.
Quando questionados sobre a sua percepção dos hábitos alimentares referentes à população do concelho, 10% dos inquiridos considera que esta faz uma alimentação saudável, 47% considera o contrário e 43% não sabe ou não responde.
Dado o envelhecimento global da população, quando questionados sobre a relação do envelhecimento com a boa alimentação, 65% dos inquiridos considera que este afecta negativamente a boa alimentação, sendo que 35% considera não existir uma relação directa.
Questionando sobre as causas da desnutrição, 9% dos inquiridos considera que esta se deve a uma boa alimentação, demonstrando assim o seu desconhecimento sobre o assunto, enquanto que 91% consideram dever-se a uma má alimentação.
Para finalizar o inquérito, colocámos uma questão relativa à actividade física diária, 53% dos inquiridos praticam regularmente exercício físico, enquanto que 47% admitem não fazer exercício físico.
3. Conclusões
Considerando-se que a população de Carregal do Sal habita em meio rural, no geral, podemos concluir que esta se preocupa com a sua alimentação, tendo contudo adoptado alguns hábitos menos saudáveis. No entanto foi possível encontrar 10 questões em que os resultados obtidos foram indicadores de bons hábitos alimentares.
Podemos salientar alguns aspectos a corrigir ou a melhorar, nomeadamente a diminuição do consumo de carnes vermelhas e a sua substituição por carnes brancas e peixe, o aumento do consumo diário de água e da prática de actividade física.