terça-feira, 16 de março de 2010

AUTO-EFICÁCIA E CAPACIDADES DO IDOSO

Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a doenças e incapacidades, as doenças crónico-degenerativas são frequentemente encontradas entre os idosos e o aumento do número de doenças crónicas está directamente relacionado com maior incapacidade funcional.

Para além disto, o comprometimento da capacidade funcional do idoso tem implicações importantes para a família, a comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do próprio idoso. A incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependência na velhice, contribuindo para a diminuição do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos.

As actividades da vida diária (AVDs) afectadas consistem nas tarefas de auto-cuidado, como tomar banho, vestir-se e alimentar-se. Em geral, quanto maior o número de dificuldades que um idoso tem com as AVDs mais severa é a sua incapacidade.

Uma outra capacidade que é afectada é a mobilidade que pode traduzir em tarefas simples como transferir-se da cama para a cadeira e progredindo para as tarefas mais complexas como caminhar curtas e longas distancias, subir e descer escadas, actividades que exigem amplitude de movimento, resistência e força muscular.

Factores sócio-demográficos como idade, sexo, arranjo familiar e educação têm influência sobre a capacidade funcional do idoso. Num idoso que apresente várias afecções crónicas a incapacidade de realização de muitas ou de todas as actividades pode dever-se ao efeito de uma única condição de incapacidade ou ao efeito independente de várias condições, cada uma delas afectando somente determinadas actividades.

As doenças crónicas apresentam uma forte influência na capacidade funcional do idoso. A presença de hipertensão arterial, doença cardíaca e doença pulmonar aumentam a dependência do idoso para a realização das AVDs. Contudo, cancro ou diabetes não ocasionam um impacto estatisticamente significativo na dependência funcional do idoso. No caso da diabetes, são as complicações vasculares e neuropáticas consequentes que afectam a capacidade funcional no idoso. Ao mesmo tempo, a artrite e a doença cardíaca são as condições crónicas que apresentam maiores efeitos incapacitantes em comparação com as outras doenças crónicas.

A manutenção da capacidade funcional pode ter implicações para a qualidade de vida dos idosos, por estar relacionada com a capacidade do indivíduo se manter na comunidade, desfrutando da sua independência até idades mais avançadas. A prevenção e o controle das doenças crónicas podem melhorar as actividades e, consequentemente, promover o bem-estar desta população.

Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização do idoso.

Realizado por:

Graça Almeida

Liliana Neves

1 comentário:

  1. Adorei este blog. Obrigado por partilharem connosco as vossas aprendizagens!
    Vou seguir-vos!

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