No dia 18 de Setembro de 2009, o grupo EFA B3 de Geriatria, em conjunto com o grupo EFA NS de Técnicas de Acção Educativa e alguns formadores, partiu numa visita de estudo à descoberta da capital e do seu património histórico.
A partida foi marcada para as 07:00 horas da manhã em Carregal do Sal. Partimos com apenas 10 minutos de atraso e esperava-nos uma longa viagem de 3 horas que foi um pouco dificultada pelos chuviscos que nos brindaram pela manhã.
A viagem foi muito animada, com muito entusiasmo, música, sorrisos e alegria. Outros houve, que aproveitaram para colocar o sono em dia… Depois de uma curta paragem em Pombal para repor as energias com um cafezinho, chegámos a Lisboa pelas 11:00 horas, recebidos por sublimes raios de sol.
Iniciámos a visita rumo à Torre de Belém, tendo passado pelo Monumento em Homenagem aos Combatentes do Ultramar e pelo Museu da Liga dos Combatentes que reúne vestuário e objectos variados utilizados pelos combatentes portugueses nas trincheiras, durante a primeira Guerra Mundial. Chegados à Torre de Belém, iniciámos a exploração por tempos de navegadores.
Em homenagem ao santo patrono da cidade de Lisboa - S. Vicente - foi construída a Torre de Belém, a mando de D. Manuel I, no local onde antes estava ancorada a Grande Nau, perpetuando em pedra aquela estrutura de madeira. Na estrutura da Torre podemos distinguir duas partes: a torre, propriamente dita, ainda de tradição medieval, mais esguia e com quatro salas abobadadas, e o baluarte, de concepção moderna, mais largo e com a sua casamata onde, a toda a volta, se dispunha a artilharia.
Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa da barra do Tejo. Durante os séculos que se seguiram, desempenhou funções de controlo aduaneiro, de telégrafo e até de farol. Foi também prisão política e actualmente é um referente cultural, classificada em 1983 pela UNESCO como "Património Cultural de toda a Humanidade".
Deslumbrados com a visita, seguimos a pé pela marginal do Tejo, entre o mar do Tejo e o verde dos Jardins de Belém, até ao próximo ponto da nossa visita, o Padrão dos Descobrimentos. O edifício primitivo do Padrão dos Descobrimentos foi erguido em 1940, por ocasião da Exposição do Mundo Português. Originalmente, era constituído por uma leve estrutura de ferro e cimento, contudo, reergueu-se em betão no decorrer das Comemorações do 5º Centenário da Morte do Infante D. Henrique, tendo sido inaugurado a 9 de Agosto de 1960.
Posteriormente, a República da África do Sul ofereceu para decoração do terreiro de acesso, uma Rosa-dos-Ventos com 50 metros de diâmetro, executada em mármores de vários tipos, contendo um planisfério de 14 metros.
Junto à Rosa dos Ventos encontrámos um artista de rua, um Homem Estátua vestido com trajes que lembravam os soldados do exército de Napoleão. Tirámos fotos com ele e deixámos a moeda de recompensa pela sua simpatia e fomos almoçar em seguida.
Aproveitámos para dispersar um pouco por Belém e fazer um piquenique nos seus belos jardins, desfrutando da companhia e convívio do grupo. Foi um momento relaxante de conversa e diversão onde aproveitámos para provar um dos típicos Pasteis de Belém da Fábrica dos Pastei de Belém, que os confecciona desde 1837.
Com as baterias recarregadas cursámos em direcção ao Mosteiro dos Jerónimos. A nossa Guia demonstrou uma excelente capacidade e conhecimento para nos acompanhar por história, e desde já deixamos o nosso maior agradecimento pela sua simpatia.
Em 1496, o rei D. Manuel I pediu à Santa Sé autorização para construir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do rio Tejo. A dedicação do mosteiro à Virgem de Belém foi outro factor que influenciou a decisão régia, sendo que o Mosteiro dos Jerónimos veio substituir a igreja que invocava Santa Maria de Belém, onde os monges da Ordem de Cristo davam assistência aos muitos marinheiros que por ali passavam. Por esta razão, D. Manuel I escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, cujas funções eram rezar pela alma do rei e dar apoio espiritual aos que partiram da Praia do Restelo à descoberta de novas terras.
A visita começou no exterior, onde ficámos a saber que por volta do ano de 1501 foi colocada a primeira pedra do que viria a ser esta grande obra. Foi-nos também apresentada a Porta Sul de imponente fachada que se desenvolve paralelamente ao rio, contudo, apesar da sua grande sumptuosidade é apenas uma entrada lateral.
Embora mais pequena e menos aparatosa que a Porta Sul, do ponto de vista arquitectónico e teológico, entrámos para o Mosteiro dos Jerónimos pela porta principal que é virada para o Ocidente e simbolicamente orientada a Nascente segundo a tradição cristã, é a porta fronteira ao Altar-Mor.
Visitámos a Igreja S. Maria de Belém, a Capela-mor com o Sacrário de prata, o Claustro, o Refeitório, a sala do Capítulo e o Coro Alto. Contemplámos os túmulos de Luís Vaz de Camões, Vasco da Gama, D. Manuel I e D. Maria de Castela, D. João III e D. Catarina e seus descendentes, D. Sebastião, Fernando Pessoa e Alexandre Herculano.
O Mosteiro dos Jerónimos é frequentemente conhecido como a 'jóia' do estilo Manuelino e em 1907 foi declarado Monumento Nacional e em 1984 foi classificado “Património Cultural de toda a Humanidade” pela UNESCO. Muito mais haveria a dizer acerca deste monumento, mas uma única palavra revela a impressão unânime do grupo: DESLUMBRANTE!
Concluímos este dia em pleno com a visita guiada por uma educadora marinha ao Oceanário de Lisboa. O Oceanário de Lisboa é um museu de biologia marinha situado no Parque das Nações, construído no âmbito da Expo 98. Os habitats escolhidos, pela sua riqueza natural em termos de fauna e flora, foram os seguintes: oceano Antárctico, recife de coral do oceano Índico, costas rochosas do oceano Pacífico e costa dos Açores, no oceano Atlântico.
A principal atracção, para a maior parte dos visitantes, é o grande tanque central, onde coexistem várias espécies de peixes como tubarões, barracudas, raias, atuns e pequenos peixes tropicais. Embora pretenda ser uma representação do oceano aberto, tem sido criticado por vários cientistas pelo facto de juntar espécies pouco relacionadas no mesmo espaço.
Ao longo dos últimos anos, o Oceanário de Lisboa tem consolidado a participação e apoio à conservação dos oceanos e as suas campanhas de sensibilização são aliados fundamentais na missão da conservação do Património Natural.
Depois de fazer amizade com o Eusébio e a Amália, o casal de lontras que inaugurou o espaço, saímos do oceanário e aproveitámos para fazer uma pequena pausa antes de regressar a Carregal do Sal. Visitámos, então o Centro Comercial Vasco da Gama, onde repusemos energias para a viagem de regresso.
Apesar do cansaço, ninguém desmotivou e a viagem foi até mais divertida, com a partilha de experiências e a emoção e excitação do dia ainda muito presente. No final fica a vontade de repetir, e a reminiscência de um dia bem diferente!